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quinta-feira, 11 de março de 2010

Seca verde preocupa Interior :

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“O céu, pela manhã, fica repleto de nuvens. Na terra, predomina o verde das aroeiras, juazeiros e oiticicas. Entretanto, tudo não passa de uma peça pregada pelo tempo e pela natureza. Os primeiros meses do ano são de seca no Ceará, e os moradores do Sertão já começam a sofrer os primeiros impactos da falta de chuva.
No último sábado, O POVO foi até a região Norte do Estado e constatou realidade preocupante: as plantações de feijão e milho estão perdidas, os açudes secando, e a fé da população quanto a uma boa quadra chuvosa começa a se esvair. O agricultor Edilberto Rodrigues, 62 – que mora em Forquilha & por exemplo, olha com desolação para o terreno já rachado e compactado.
“Aqui tá tudo se acabando. Não sei nem pra onde levar o gado. Essa água verde aqui nem os bichos querem“, afirmou Edilberto ao mostrar o tambor com o líquido que ainda é possível ser retirado do açude que, agora, mais parece uma grande poça de lama. “Chuva boa esse ano não tem mais não“.
Situação semelhante vive Rosemayre Gomes, 32, que também vive em Forquilha. Ela conta que se não fosse os R$ 40 recebidos através do programa Bolsa Família seria impossível continuar vivendo ali. “Morreu tudo aí no quintal. Agora é esperar pela boa vontade de Deus, porque tá difícil. Nem água pra beber a gente tem“, lamenta. Rosemayre conta ainda que suas esperanças de melhora no tempo vão até o dia de São José. Caso não chova até lá, é certeza a seca perdura, como conta a tradição.
Tanto Edilberto como a sua vizinha sofrem os efeitos da chamada “seca verde“. É um fenômeno que costuma acontecer quando há chuvas, mas mal distribuídas. E para agravar a situação, a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) prevê que para os meses de março, abril e maio o Ceará tem 45% de chance de registrar precipitações abaixo da média.
Nos centros urbanos, as perdas das lavouras no campo também já são sentidas. No mercado de Sobral, por exemplo, o quilo do milho, que até pouco tempo era vendido por R$ 0,60, já está na casa dos R$ 0,80. A saca de feijão, que na época de safra chega ser vendida pelos produtores por R$ 80, pode chegar a R$ 200. Aumento que acaba pesando no bolso do consumidor.
“O jeito é fechar a boca, tem que economizar. E tem que rezar também, né?“, comenta o motorista Marciano Monte, 36, que completa garantindo já ter perdido alguns quilos – por conta da racionalização dos alimentos -, e alguns fios de cabelo, tamanha a preocupação com a seca. Apenas a fé continua intacta. “Ainda vai chover. Vejo isso acontecer há muito tempo“, afirma.”

F - NKL :

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