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quinta-feira, 11 de março de 2010

EUA precisam respeitar a OMC, diz Lula :

 Ricardo Stuckert/PR 
 
 
Presidente diz que Brasil não quer confrontar os EUA e pede que "camarada Obama" negocie rapidamente um acordo para acabar com os subsídios à produção de algodão

INAUGURAÇÃO Lula durante visita às instalações da Usina Termelétrica Euzébio Rocha, em Cubatão (SP)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (10) que o Brasil não tem nenhum interesse em confrontar os Estados Unidos na disputa sobre o algodão, vencida pelo país na Organização Mundial do Comércio (OMC). O presidente, contudo, cobrou respeito dos norte-americanos aos países economicamente menores e às regras comerciais internacionais. Lula disse que o objetivo do Brasil é que os Estados Unidos diminuam os subsídios aos produtores locais de algodão, permitindo que as nações mais pobres, sobretudo as africanas, consigam exportar sua produção. "As nações prejudicadas são principalmente as africanas, os países pequenos", ressaltou.

O presidente também mandou um recado ao presidente dos EUA, Barack Obama, a quem Lula chamou de "companheiro Obama". "Obama e os EUA são muito ricos e podem fazer o que quiserem na economia", afirmou. "Mas se os EUA tivessem feito um acordo com o Brasil na Rodada Doha, em 2008, nós não estaríamos agora brigando e o povo africano estaria vendendo o seu algodão na Europa e nos Estados Unidos", cobrou.

E o presidente emendou com um pedido: "Eu queria pedir ao Obama que colocasse suas pessoas para negociar rapidamente porque o Brasil não tem nenhum interesse em confrontar os Estados Unidos. O Brasil tem interesse de que os EUA respeitem as regras da OMC tanto quanto o Brasil respeitará quando a OMC decidir contra nós", explicou. "Ou nós obedecemos as instituições multilaterais ou o mundo vai ficar desgovernado. O mundo vai virar, eu diria, uma bagunça."


De acordo com o presidente, o produtor brasileiro não precisa tanto do fim do subsídio americano ao algodão quanto o produtor africano. "Acho que está na hora de a gente dar chance para que o pequeno produtor africano coloque o seu produto nos mercados mais ricos do mundo, que são os EUA e a União Europeia", afirmou.

Lula e a pré-candidata do PT à sucessão no Palácio do Planalto, a ministra Dilma Rousseff, participaram da cerimônia de inauguração da Usina Termoelétrica Euzébio Rocha, obra da Petrobras integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e dentro das instalações da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão.
O Brasil recebeu da OMC, ainda em 2009, o direito de aplicar retaliações no valor de US$ 830 milhões sobre bens, serviços e propriedade intelectual dos EUA por conta do subsídios pagos pelo governo americano aos produtores. Na segunda-feira, o governo divulgou uma lista com mais de 100 produtos, incluindo trigo, cosméticos, chicletes e peças de carro que serão sobretaxados.
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, afirmou na terça-feira que ainda esperava um contato de representantes americanos para iniciar uma negociação. Também na terça, o representante de Comércio dos EUA, Ron Kirk, admitiu que o governo Obama cogita aceitar a imposição da OMC caso não chegue a um acordo com o Brasil. "Em último caso, vamos levar o caso para o Congresso", afirmou. O Congresso americano tem o poder de derrubar os subsídios, o que implicaria um enorme desgaste político com os produtores.

F - NKL :

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