Na Argentina, secretária de Estado se prontificou a facilitar diálogo entre Londres e Buenos Aires.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse, nesta segunda-feira, que os EUA podem "encaminhar as negociações" e "estimular o diálogo" entre Argentina e Grã Bretanha pela soberania das Ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses).
"Esta é a forma correta de resolver os conflitos", disse Hillary durante entrevista à imprensa, em Buenos Aires, ao lado da presidente argentina Cristina Kirchner.
A secretária disse ainda que "gostaria de ver os dois países conversando", mas que os Estados Unidos não podem "obrigar" a realização deste diálogo.
As declarações de Hillary foram feitas após Cristina Kirchner ter pedido uma intervenção dos EUA diante da Grã-Bretanha para que se possa discutir sobre as Malvinas.
"Nós só queremos sentar para conversar, diálogo e isso não parece muito", afirmou a presidente.
Na última semana, o ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Taiana, se encontrou com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Nova York, para pedir a ajuda da entidade para convencer a Grã-Bretanha a rediscutir a soberania sobre as Ilhas Malvinas.
Taiana voltou a afirmar que o governo argentino considera a decisão da Grã-Bretanha de explorar petróleo nas ilhas Malvinas como "ilegal e contrária às leis internacionais".
Na mesma semana, o o secretário para a América Latina e Europa do ministério das Relações Exteriores britânico, Chrys Bryant, disse que a soberania das ilhas Malvinas "é indiscutível" para o governo britânico.
As Malvinas pertencem à Grã-Bretanha, mas elas ficam geograficamente próximas do litoral da Argentina, que reivindica a soberania sobre a região desde o século 19.
A Argentina invadiu o arquipélago em abril de 1982, iniciando uma guerra com a Grã-Bretanha. A vitória britânica, em junho do mesmo ano, não impediu Buenos Aires de continuar aspirando ao controle sobre as ilhas.
Para Cristina Kirchner, o encontro com Clinton foi "frutífero".
Segundo ela, as duas discutiram assuntos como o "compromisso de não proliferação de armas nucleares e o combate ao terrorismo".
A presidente argentina disse ainda que agradeceu a Clinton a abertura dos arquivos da ditadura militar do seu país (1976-1983) do Departamento de Estado dos Estados Unidos - aprovado recentemente no Parlamento americano.
Cristina e Hillary se reuniram, acompanhadas de vários assessores americanos e ministros argentinos, na sede da Presidência. A secretária americana chegou em Buenos Aires após participar da posse do presidente do Uruguai, José 'Pepe' Mujica.
A expectativa é que ela embarque, nesta terça-feira, para Santiago, no Chile, onde deverá se reunir com a presidente, Michelle Bachelet, e seu sucessor, Sebastián Piñera.
O encontro será num momento em que o país ainda contabiliza mortes e estragos do terremoto e tsunami que afetou várias áreas do território chileno.
F - NKL :
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