O Chile ainda treme :

Escola destruída no centro de Concepción.

Dois terremotos de força considerável atingiram o Chile nesta sexta-feira (5), segundo o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS). No começo da manhã, um tremor com magnitude 6 na escala Richter atingiu o país, seguido, algumas horas depois, por um tremor de 6,6 graus. No sábado (27), o Chile foi atingido por um terremoto de força histórica – 8,8 graus – que já deixou mais de 800 mortos.

O epicentro dos dois tremores foi no mar, próximo à costa de Bío-Bío. O segundo deles foi o abalo secundário mais forte desde um tremor de 6,9 graus que atingiu a mesma região no sábado. O Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico não disparou alerta de ondas gigantes. (Tsunamis foram a principal causa de destruição no litoral chileno depois do terremoto de sábado.)

O repórter de ÉPOCA no Chile, Juliano Machado, que está em Concepción, uma das cidades mais devastadas (27) e capital da região de Bío-Bío, sentiu os novos tremores e relata:

Desde o terremoto do sábado, tremores secundários atingem a região de Concepción. Na manhã desta sexta-feira (5), foram pelo menos seis. Um deles, de 6 graus na escala Richter, fez acordar toda a 8ª Companhia de Bombeiros, às 6h19, onde estou alojado. Por volta das 9 horas, um novo abalo de 6,6 graus balancou os vidros do prédio da companhia e foi difícil ficar em pé. Os filhos pequenos dos bombeiros saíram chorando dos quartos, no colo das mães.

Em Concepción, mesmo com o toque de recolher até o meio-dia, pessoas correram para as ruas com medo de que suas casas desabassem. Os moradores tentam retomar suas vidas, mas, além dos constantes tremores, o toque de recolher que reduziu a rotina nas ruas a seis horas diárias dificulta a volta à normalidade em “Conce”, como a cidade é carinhosamente chamada. Os militares ocupam as ruas. Para andar por Concepción entre as 18h às 12h, Juliano Machado precisa de um salvo-conduto, emitido pelo Exército chileno (confira o documento na foto ao lado).

F - ÉPOCA :