Os jovens afirmaram ter sofrido tortura e apresentavam várias lesões
As vítimas foram cinco jovens, entre eles, um jornalista, que distribuíam panfletos com críticas ao prefeito
Iguatu. A Polícia Civil continua investigando o rapto e agressões sofridas por cinco jovens, dentre eles, o jornalista Vicente Batista Araújo Júnior. O crime aconteceu na madrugada da última sexta-feira (12), nesta cidade. De acordo com os depoimentos das vítimas, os acusados de espancamento são o sargento da PM, Francisco Alves Bandeira, o secretário executivo do município de Iguatu, Demir Amorim, o chefe de Gabinete da Prefeitura, Teógenes Félix e, ainda, o servidor do Hospital Regional, Cícero Santiago de Lima.
Na tarde de ontem, a Polícia ouviu mais duas vítimas, os estudantes e irmãos Valdênio e Vandeilson Freire que confirmaram a primeira versão apresentada, no sábado passado. De acordo com os depoimentos, o grupo distribuía, no centro da cidade, panfletos com críticas e resumo de reportagens contra o prefeito de Iguatu, Agenor Neto, quando foi abordado pelos acusados, em um carro e uma moto.
Os estudantes Lucas de Queiroz Fernandes, 22, Valdênio Freire, 22, Valdeilson Freire, 18, o balconista, Valdemir Lima, 27, e o jornalista Vicente Araújo foram levados para um local às margens da rodovia entre Iguatu e Jucás. Lá, sofreram espancamentos e ameaça de morte. "Fomos torturados, tiraram nossas roupas, nos ameaçaram de morte e depois urinaram sobre nós", disse o jornalista.
De acordo com o promotor de Justiça, Fernando Miranda, que acompanha o caso, imagens do circuito interno da Delegacia Regional de Polícia Civil mostram que o sargento Bandeira chegou com três jovens às 23h40 da quinta-feira, dia 11, e os deixou do lado de fora. Oito minutos depois, retornou e saiu com o grupo num veículo particular. Três horas mais tarde, as vítimas chegaram à Delegacia com sinais visíveis de espancamento. No sábado passado, a delegada plantonista, Cláudia Régia Amazonas, solicitou à Justiça a prisão preventiva dos quatro acusados, mas o juiz de Direito da comarca de Lavras da Mangabeira, que respondia pelo plantão judiciário na região, decidiu encaminhar o pedido para o Fórum de Justiça em Iguatu, sem apreciar o mérito.
O inquérito é presidido pelo delegado regional de Polícia Civil, Agenor Freitas de Queiroz. "É um caso de denúncia grave, que precisa ser apurada com cautela e rigor", disse. O delegado vai expedir ofício para ouvir os acusados.
Teógenes Félix e Demir Amorim negaram participação no fato e atribuem as acusações de envolvimento de seus nomes a questões políticas. "Estava em Acopiara, num velório", disse Teógenes. "Estou surpreso com essas acusações, que são absurdas", acrescentou.
Amorim contou que estava em casa e que não participou de nenhum ato de agressão. "Todos conhecem meu comportamento, minha índole e vou provar que sou inocente".
F - DN :
Nenhum comentário:
Postar um comentário