O jornalista Themístocles de Castro e Silva analisa, em artigo no O POVO deste sábado, qual o destino de Ciro Gomes (PSB). Para ele, a ausência de Ciro tinha o colorido, o aspecto moral. Confira:
“Não sei o que levou um homem com a inteligência, o talento e a experiência de Ciro Gomes a ir na onda de Lula da Silva, que se fingiu de seu amigo, convidando-o para seu ministro. Foi o grande erro do parlamentar cearense, pois é notória a incompatibilidade de estilo entre os dois. Não pode entrar na cabeça de alguém que Lula pretendesse fazer Ciro seu candidato à sua sucessão. Quem conhece como trabalha o PT, tudo às escondidas, nunca teve dúvida sobre isso: de que Lula jamais apoiaria Ciro Gomes.
Observem que o silêncio prevaleceu quanto ao próprio candidato do PT. Ninguém sabia quem era Dilma Rousseff, a não ser pelo seu passado antes e depois de 64. Pela incompatibilidade ideológica, vê-se agora que Lula alimentou a candidatura Ciro somente para desgastá-lo. E o pior é que o ex-governador só agora enxergou o plano para deixá-lo sozinho.
Agora, com as cartas definidas, só resta um caminho ao parlamentar cearense: atrelar-se ao candidato Serra, apesar de inimigos cordiais, ou partir para a oposição. Do seu PSB (socialismo de araque), dirigido por um neto de Miguel Arraes, Ciro não pode esperar apoio.
Ciro na oposição daria um novo colorido à campanha, principalmente sob o aspecto moral, para restaurar os valores da política nacional. Embora ministro de Lula, deixou a função com o nome limpo, contrastando com quase todos os setores do governo.
Depois de oito anos de governo Lula, o estilo Ciro, sabendo o que sabe, seria uma das grandes atrações da campanha.Se candidato a vice de Serra, o que é pouco provável, por razões pessoais entre os dois, a candidata Dilma terá derrota indiscutível. De boa fé, Ciro aceitou ser ministro, para servir ao seu País. Não imaginava que seria vítima de uma grande cilada.”
F - NKL :
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