O cardeal americano William J. Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, um dos principais cargos do Vaticano, publicou um artigo no site da Santa Sé com duras críticas ao jornal The New York Times e defendeu a atuação do papa Bento XVI no combate à pedofilia dentro da Igreja Católica.
No texto, Levada critica a cobertura do NYT sobre escândalos ocorridos na Igreja, em particular aquele que envolve o reverendo Lawrence Murphy (já morto), acusado de abusar de mais de 200 crianças surdas enquanto servia na arquidiocese de Milwaukee, no Estado americano do Wisconsin. Segundo Levada, tanto a reportagem do NYT quanto o editorial do jornal sobre o tema “são deficientes sob qualquer padrão razoável de equidade”.
Levada admite que os crimes de Murphy deveriam fazer com que ele fosse afastado da Igreja, e afirma que, “como fiel, não tenho dúvidas de que Murphy vai encarar Aquele que julga tanto os vivos quanto os mortos”. Mas, prossegue Levada, não é verdade que Bento XVI seja responsável pela falta de punição ao reverendo.
Segundo o NYT, diversos membros da arquidiocese de Milwaukee alertaram o Vaticano sobre os crimes de Murphy, praticados entre 1950 e 1974. Em 1996, quando o caso chegou à Congregação para a Doutrina da Fé, que na época era comandada pelo então cardel Joseph Ratzinger (o papa Bento XVI), a investigação teria sido paralisada. Levada afirma que a acusação de que o papa foi “leniente e inativo” não é verdadeira pois o julgamento canônico de Lawrence Murphy foi interrompido quando se soube que o reverendo estava à beira da morte.
Em seu site, o NYT publicou reportagem sobre o artigo de Levada, e disse que suas reportagens foram baseadas “em documentos obtidos com advogados que estão processando a Igreja”. Segundo o jornal, o Vaticano ordenou um julgamento canônico secreto de Murphy e, depois, o procedimento foi suspenso quando o reverendo fez um apelo ao então cardeal Ratzinger.
Nesta quinta-feira (1º), Bento 16 iniciou as celebrações da Páscoa católica com uma missa crismal (foto). Ele disse que os católicos não devem se sentir obrigado a respeitar leis consideradas injustas pela religião, como a que autoriza o aborto em determinados casos. Bento 16 não comentou os casos de pedofilia.
F - NKL :
Nenhum comentário:
Postar um comentário