Ciro Gomes afirmou que após uma visita de José Dirceu ao Ceará, surgiram chantagens sobre a aliança.
Peemedebistas e petistas cearenses minimizam declarações do deputado Ciro Gomes sobre alianças nacionais
O desabafo do deputado federal Ciro Gomes (PSB) de que somente a ele e a seu partido é cobrado alinhamento eleitoral, acabou sobrando para o PT e o PMDB, dados pelo parlamentar, como exemplos de desalinhamento eleitoral. A declaração de Ciro, publicada ontem na imprensa nacional, repercutiu diferente para petistas e peemedebistas cearenses.
Se o PT cobra do PSB que tenha uma alinhamento vertical para não prejudicar a aliança entre os dois partidos em vários estados, o PT não faz o mesmo em relação ao PMDB. Ciro Gomes se refere ao fato de que após a visita do ex-ministro José Dirceu ao Ceará, surgiram "chantagens", até mesmo pelas recomendações feitas pelo petista de que se o PSB quer manter o apoio do PT à reeleição de Cid Gomes (PSB) ao Governo do Estado, então que desista de lançar Ciro à presidência.
O deputado federal José Guimarães (PT) assegura que não houve qualquer tipo de chantagem na construção dessa aliança. Ele reitera o desejo de o PT seguir apoiando o PSB e que não há motivo para os dois partidos romperem, acentuando que mesmo que Ciro Gomes saia como candidato à presidência da República, será encarado pelo PT como aliado e não como adversário no Ceará.
Fidelidade
Contudo o petista admite que o seu partido tem que cobrar do PMDB em alguns casos, fidelidade, como no caso da Bahia onde há divergência entre Geddel Vieira Lima (PMDB) e Jacques Wagner (PT), este o governador do Estado, e aquele candidato ao Governo baiano. "Essa crítica de Ciro é correta", admite o parlamentar federal.
O deputado federal Eudes Xavier (PT) alega que todo o esforço do PT para manter uma aliança com o PSB é porque essa união entre as duas legendas é histórica, diferentemente do PMDB, que segundo ele, se preocupa em fazer coligações mais regionalizadas.
Eudes Xavier pontua que o PT não exige, nem cobra de nenhum outro partido que se alie a ele, apenas luta para manter junta a base aliada que atualmente dá sustentação ao Governo do presidente Lula.
O petista assevera que a ideia é seguir junto com o PSB e PMDB no Estado, lembrando que o seu partido já deixou claro que a intenção é apoiar a reeleição de Cid Gomes, o que compreende que o mesmo desejo deve partir do PSB. "Sem o PT e PMDB, o PSB não teria o Governo do Estado. A base de governo do PSB no Ceará se deve a dois partidos, PT e PMDB", atesta.
Para o deputado federal do PMDB, Paulo Henrique Lustosa, Ciro Gomes tem razão ao dizer que não se pode exigir de nenhum partido brasileiro um alinhamento eleitoral único em todo o País já que as alianças nas unidades federativas não seguem a mesma simetria.
Mastodonte
Já o apontamento de Ciro Gomes direcionado especificamente ao PMDB, de que o partido é um "mastodonte político", Paulo Henrique apenas declarou que PMDB fez uma opção federativa ao invés de nacional. Ele explica que o PMDB preza por fortalecer as alianças a nível estadual e não se obriga a um alinhamento eleitoral em defesa de um nome, por isso acredita que o partido seja atualmente, a maior bancada no Congresso Nacional e o mais disputado para as alianças.
Apesar das várias coligações que o PMDB faça pelo País, isso não o enfraquece do ponto de vista da sua unidade programática, já que na avaliação do parlamentar, os partidos não são tão divergentes no que diz respeito a seus programas. "As propostas do Serra (para eleição à presidência da República) na maioria, endossam as políticas do Governo Lula", opina.
O parlamentar atesta que há uma crise de identidade de programa nos partidos, deixando claro que nesse ponto, não há muita divergência entre as legendas, alegando que isso fica mais visível no PMDB, como mesmo apontou Ciro Gomes ao classificar o partido de "mastodonte político", pelo fato do PMDB ser uma sigla maior.
F - DN :
Nenhum comentário:
Postar um comentário