quinta-feira, 25 de março de 2010
Faltam 150 delegados de Polícia no Ceará :
Delegados aprovados em concurso da Polícia Civil mostram dados que indicam que a carência de delegados no Estado é de 150 profissionais.
Dados de fevereiro deste ano apontam: a carência de delegados da Polícia Civil no Estado é de 150 profissionais. A lotação ideal nas delegacias inclui, com variações, delegados titulares, adjuntos e plantonistas. Em grande parte das delegacias regionais do Interior, o déficit chega a seis delegados.
As informações fazem parte de um dossiê elaborado por delegados aprovados no último concurso da Polícia Civil, realizado em 2006. O estudo aponta também que, embora a maior parte dos delegados convocados no ano passado tenha ido para o Interior, ainda há 89 municípios cearenses sem delegados - nem titulares nem adjuntos.
De acordo com eles, que não foram convocados ainda, o documento foi preparado a partir das informações repassadas pela Superintendência da Polícia Civil. O órgão não confirma os dados. Segundo o relatório, na Delegacia Regional de Itapipoca, por exemplo, que cobre 17 municípios, há um delegado titular e um adjunto. A lotação necessária seria um titular, um adjunto, dois assistentes e quatro plantonistas. O déficit é de seis delegados, cita o documento.
Na Delegacia Regional de Baturité, responsável por 14 municípios, há um titular. O ideal seria também um adjunto e quatro plantonistas. As metropolitanas, em geral, não têm delegados adjuntos, conforme a pesquisa. Nas especializadas, não há déficit, com exceção da Delegacia de Defraudações e Falsificações, cuja lotação atual inclui um delegado titular, um adjunto e um assistente. O necessário seria mais cinco assistentes.
O relatório indica que, em nenhuma das 45 delegacias municipais do Interior, há delegados adjuntos. Quanto à situação de Fortaleza e Região Metropolitana, a carência é de delegados plantonistas, cita o documento.
Um dos aprovados no concurso de 2006, Paulo Cid Torres, que disponibilizou o documento, ressalta que a convocação dos concursados restantes seria uma forma de investir mais na segurança pública do Estado. ``Os índices de violência estão muito altos na Cidade e a gente está querendo trabalhar, ajudar a sociedade. Nós poderíamos estar trabalhando em prol da segurança pública para diminuir esses índices``, comenta.
Outro aprovado, Victor Timbó Lima, ressalta que um dos fatores que dificultam as ações da Polícia Civil é a falta de efetivo nas delegacias. ``Não precisamos da criação de novas delegacias para sermos nomeados. Já existe delegacia com falta de delegados. E há pessoas altamente qualificadas, com formação muito boa, que ainda não foram chamadas``, cita. Paulo Cid, Victor Timbó e outros candidatos remanescentes do concurso público criaram uma comissão para incentivar o Governo a serem chamados logo.
SAIBA MAIS
> Candidatos remanescentes do último concurso da Polícia Civil do Estado pedem para ser chamados. Um deles é o advogado Paulo Cid Torres. Ele passou por todas as fases, inclusive o curso de formação profissional, que exigia dedicação exclusiva, já que as aulas ocorriam em tempo integral.
> O advogado ressalta que não há nenhuma perspectiva de chamada.
> De acordo com o advogado, o curso de formação, uma das últimas fases do processo seletivo, era em tempo integral. E muita gente precisou se afastar de seu trabalho para ir ao curso. Uma deles foi a advogada Lorna de Aguiar. Ela atuava como procuradora de São Benedito e teve de pedir afastamento: ``Como o concurso tem validade de dois anos, temos até 4 de agosto de 2011 para sermos convocados. Acho muito difícil sermos chamados antes. Só um milagre mesmo``.
> Outro aprovado, Victor Timbó de Lima, acrescenta que o Governo tem feito muito investimento na área da segurança pública e, portanto, considera ``oportuna`` a nomeação dos demais delegados.
> Ele foi aprovado na 1ª fase de um concurso para promotor de justiça de Pernambuco. Parou no meio do caminho. ``Desisti para me dedicar a ser delegado de polícia do Estado do Ceará, porque não tenho intenções de deixar meu Estado``, considerou Victor. Na época em que foi chamado para participar do curso de formação, ele precisou deixar a advocacia e o magistério. Lecionava em vários cursinhos preparatórios para concursos.
F - O Povo :
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