Os agricultores estão desolados com a seca. O pequeno produtor Manoel da Silva, em Quixadá, perdeu 100% do plantio - ALEX PIMENTEL - NO CARIRI, GADO foi colocado na roça de milho e feijão para aproveitar o pouco pasto que resta - ANTÔNIO VICELMO
Em todo o Ceará já se contabiliza as perdas na agricultura, em alguns casos supera 70%, devido a falta de chuvas. Fortaleza. Com uma quadra chuvosa considerada muito abaixo da média na distribuição dos meses de abril até maio, e uma estimativa de perda que cresce a cada dia que não chove, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) não pretende ceder às pressões para adiantar a liberação do Garantia Safra, no entanto não nega para até a primeira semana de junho a previsão mais concreta para o decreto de situação de Emergência. Prefeituras municipais e a Ematerce correm contra o tempo para a conclusão do relatório de perdas nas lavouras do Interior, que em alguns casos supera 70%.
De 1 de janeiro até ontem, as chuvas registradas em todas as macrorregiões do Estado ficaram 53% abaixo da média histórica, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). E para os próximos três dias a previsão é de muito sol e parcas pancadas de chuva, especialmente no litoral de Fortaleza e Pecém.
Não só a ausência de chuvas, mas, principalmente, a irregularidade das poucas precipitações, ocasionando os veranicos, têm prejudicado a lavoura cearense, num quadro cada vez mais claro de "seca verde", ou mesmo seca propriamente dita - caso dos Inhamuns. "A situação é realmente de muitas perdas", afirma com menos dúvida - que no início do mês -, o secretário executivo Wilson Brandão, da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA).
A mais recente informação do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LPSA), divulgado no fim de abril, já apontava para uma perda significativa em pelo menos 14 de 46 produtos pesquisados. A variação negativa inclui algodão herbáceo, arroz de sequeiro, feijão, milho e mandioca. O problema já é sentido na mesa do consumidor, que está pagando mais caro por esses produtos ou mesmo cozinhando menos vezes - caso do feijão. No total contabilizado pelo IBGE, a estimativa era de produção, em abril deste ano, 23,82% menos do que se esperava no início do ano e 20,48% em relação ao mesmo período do ano passado.
A mais recente informação do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LPSA), divulgado no fim de abril, já apontava para uma perda significativa em pelo menos 14 de 46 produtos pesquisados. A variação negativa inclui algodão herbáceo, arroz de sequeiro, feijão, milho e mandioca. O problema já é sentido na mesa do consumidor, que está pagando mais caro por esses produtos ou mesmo cozinhando menos vezes - caso do feijão. No total contabilizado pelo IBGE, a estimativa era de produção, em abril deste ano, 23,82% menos do que se esperava no início do ano e 20,48% em relação ao mesmo período do ano passado.
De 1 a 23 de abril, o desvio negativo da quadra chuvosa foi maior na região do Litoral Norte, com 26,1% negativos. Esse levantamento do IBGE será atualizado até o início do mês de junho. Será também na primeira semana do mês de junho que a Funceme apresentará novo prognóstico de chuvas.
PREJUÍZO NO CAMPO
Perdas na safra chegam a ser total
Crato. Antes mesmo do posicionamento oficial do governo, os agricultores do Cariri já "decretaram" o quadro de seca verde, colocando o gado dentro das roças de milho e feijão para aproveitar, pelo menos, a pastagem do pouco que sobrou do inverno deste ano. Nos municípios de Missão Velha, Brejo Santo e Crato, de acordo com informações dos líderes sindicais, a perda foi superior a 70%.
Perdas na safra chegam a ser total
Crato. Antes mesmo do posicionamento oficial do governo, os agricultores do Cariri já "decretaram" o quadro de seca verde, colocando o gado dentro das roças de milho e feijão para aproveitar, pelo menos, a pastagem do pouco que sobrou do inverno deste ano. Nos municípios de Missão Velha, Brejo Santo e Crato, de acordo com informações dos líderes sindicais, a perda foi superior a 70%.
O secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, Zilcélio Ferreira, orienta os pequenos produtores a não transformarem o plantio em pasto, tendo em vista que os técnicos da Ematerce ainda estão fazendo a avaliação dos prejuízos no Estado. Quem acreditou nas chuvas de março, depois do dia 19, dia de São José, perdeu o plantio. O agropecuarista Joaquim Rubens Arrais, do Sítio Cana Brava, em Missão Velha, perdeu o primeiro plantio. Só aproveitou a palha para o gado.
No segundo plantio, ao invés de soltar o gado na área, resolveu irrigar o milho que já estava soltando pendão. Quem não teve condições de irrigar, vendeu o pasto para os criadores de gado. A chefe do escritório da Ematerce do Crato, Elcileide Mendonça, informou que o resultado oficial do índice de perda só será divulgado na próxima semana. Os escritórios da Ematerce já enviaram o resultado do levantamento feito em campo, mas não tem autorização para divulgar por enquanto.
F - Nem Ki lask :
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