VALLETTA, MALTA
O papa Bento XVI, que completa hoje cinco anos como líder da Igreja, encontrou-se ontem com vítimas de abusos sexuais em Malta, no sul da Europa. Segundo uma dessas vítimas, o pontífice teria chorado durante a reunião. Foi a terceira vez que Bento XVI recebeu pessoas que sofreram abusos de membros da Igreja.
Nova onda de denúncias de abusos contra menores, iniciada por um relatório que no ano passado revelou mais de 30 mil casos na Irlanda nas últimas décadas, pôs a Igreja em crise. O próprio papa foi atingido, ao ser acusado de ter evitado punir sacerdotes pedófilos quando chefiou a Congregação para a Doutrina da Fé, durante o pontificado de João Paulo II.
A visita do papa a Malta durou apenas 26 horas, e a reunião com oito vítimas de abuso foi o evento mais significativo. "Fiquei muito impressionado com a humildade do papa", afirmou Lawrence Grech, de 37 anos, uma das pessoas que foram abusadas por padres em um orfanato local, durante a década de 1980. Ele também contou que Bento XVI chorou durante o encontro.
As oito vítimas, acompanhadas por bispos de Malta e de Gozzo (a segunda maior ilha do arquipélago), foram recebidos por cerca de 20 minutos na capela da nunciatura apostólica (uma espécie de embaixada do Vaticano) local, na vila de Rabat, aonde chegaram de barco.
"Houve um momento de oração silenciosa, de joelhos, e logo o Santo Padre os recebeu um por um", contou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
Grech disse que a demonstração de solidariedade do papa o impediu de exigir um pedido de desculpas, como havia planejado. "Antes eu disse que queria desculpas porque estava enojado. Agora minha cólera passou e estou satisfeito pelo meu encontro com o papa. Continuarei com minha batalha, não contra a Igreja, mas contra a pedofilia."
Vergonha. Após o encontro, o terceiro de Bento XVI com vítimas de abusos ? os outros ocorreram na Austrália e nos Estados Unidos ?, o pontífice voltou a dizer que lamentava e que sentia "vergonha" pelos atos de pedofilia em instituições da Igreja, afirmou o Vaticano. "A Igreja faz e continuará fazendo tudo o que está em seu poder" para investigar os casos, levar os responsáveis a julgamento e "proteger os jovens", completou o papa.
Há um mês, em carta aos irlandeses, o papa já havia expressado a "vergonha" e o "remorso" da Igreja. Desde então, novas denúncias ? como a de que dezenas de padres pedófilos foram transferidos para outros países, em vez de serem julgados e punidos ? e declarações polêmicas de autoridades da Igreja ? como a do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, que associou os casos de pedofilia à homossexualidade e os desvinculou do celibato ? voltaram a constranger os católicos.
Em missa celebrada em Floriana, povoado na periferia da capital Valletta, o papa convidou os malteses a continuar "defendendo os valores cristãos" ? que classificou como "contracultura", frente às evoluções da sociedade europeia ? e felicitou a população por suas posições contra o divórcio e o aborto ? ambos são proibidos no arquipélago, com 95% de habitantes católicos..
F - Nem Ki Lask :
O papa Bento XVI, que completa hoje cinco anos como líder da Igreja, encontrou-se ontem com vítimas de abusos sexuais em Malta, no sul da Europa. Segundo uma dessas vítimas, o pontífice teria chorado durante a reunião. Foi a terceira vez que Bento XVI recebeu pessoas que sofreram abusos de membros da Igreja.
Nova onda de denúncias de abusos contra menores, iniciada por um relatório que no ano passado revelou mais de 30 mil casos na Irlanda nas últimas décadas, pôs a Igreja em crise. O próprio papa foi atingido, ao ser acusado de ter evitado punir sacerdotes pedófilos quando chefiou a Congregação para a Doutrina da Fé, durante o pontificado de João Paulo II.
A visita do papa a Malta durou apenas 26 horas, e a reunião com oito vítimas de abuso foi o evento mais significativo. "Fiquei muito impressionado com a humildade do papa", afirmou Lawrence Grech, de 37 anos, uma das pessoas que foram abusadas por padres em um orfanato local, durante a década de 1980. Ele também contou que Bento XVI chorou durante o encontro.
As oito vítimas, acompanhadas por bispos de Malta e de Gozzo (a segunda maior ilha do arquipélago), foram recebidos por cerca de 20 minutos na capela da nunciatura apostólica (uma espécie de embaixada do Vaticano) local, na vila de Rabat, aonde chegaram de barco.
"Houve um momento de oração silenciosa, de joelhos, e logo o Santo Padre os recebeu um por um", contou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
Grech disse que a demonstração de solidariedade do papa o impediu de exigir um pedido de desculpas, como havia planejado. "Antes eu disse que queria desculpas porque estava enojado. Agora minha cólera passou e estou satisfeito pelo meu encontro com o papa. Continuarei com minha batalha, não contra a Igreja, mas contra a pedofilia."
Vergonha. Após o encontro, o terceiro de Bento XVI com vítimas de abusos ? os outros ocorreram na Austrália e nos Estados Unidos ?, o pontífice voltou a dizer que lamentava e que sentia "vergonha" pelos atos de pedofilia em instituições da Igreja, afirmou o Vaticano. "A Igreja faz e continuará fazendo tudo o que está em seu poder" para investigar os casos, levar os responsáveis a julgamento e "proteger os jovens", completou o papa.
Há um mês, em carta aos irlandeses, o papa já havia expressado a "vergonha" e o "remorso" da Igreja. Desde então, novas denúncias ? como a de que dezenas de padres pedófilos foram transferidos para outros países, em vez de serem julgados e punidos ? e declarações polêmicas de autoridades da Igreja ? como a do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, que associou os casos de pedofilia à homossexualidade e os desvinculou do celibato ? voltaram a constranger os católicos.
Em missa celebrada em Floriana, povoado na periferia da capital Valletta, o papa convidou os malteses a continuar "defendendo os valores cristãos" ? que classificou como "contracultura", frente às evoluções da sociedade europeia ? e felicitou a população por suas posições contra o divórcio e o aborto ? ambos são proibidos no arquipélago, com 95% de habitantes católicos..
F - Nem Ki Lask :
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