quarta-feira, 3 de março de 2010
Um adolescente morto e dois feridos em motim :
Rafael Nascimento, 17, que estava recolhido por estupro, foi morto pelos outros internos com golpes de cossoco
Um adolescente morreu e outros dois ficaram feridos em um tumulto ocorrido anteontem à noite, nas dependências do Centro Educacional Patativa do Assaré, no Ancuri. A unidade, que tem capacidade para 60 jovens, abriga, atualmente, 230 adolescentes que cumprem medidas sócio-educativas. Por volta das 23 horas, um dos adolescentes simulou um desmaio. "Quando o instrutor foi socorrer o rapaz, foi rendido. A partir daí os garotos quebraram várias trancas, soltaram alguns colegas e armaram-se de ´cossocos´", confirmou Fátima Catunda, titular da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS).
O grupo de adolescentes armados seguiu em direção ao que é conhecido na unidade como ´Sala de Reflexão´, local em que um jovem fica isolado dos outros. Na sala, estava Rafael Nascimento, 17, que tinha sido condenado pelo estupro de uma menina de quatro anos. "Ele levou alguns golpes de ´cossoco´ e, apesar de ter sido rapidamente colocado em um veículo que o levaria ao hospital, faleceu", disse a secretária.
Além de assassinarem o jovem, os adolescentes rebelados atearam fogo em colchões, material didático, roupas e destruíram objetos. Segundo Fátima Catunda, a Polícia foi acionada e em pouco tempo obteve o controle da situação dentro da unidade. "Os policiais tiveram que disparar alguns tiros com balas de borracha. Um desses tiros atingiu a cabeça de um adolescente (R.B., 17) de raspão. Ele foi socorrido mas já está bem e de volta à unidade", afirmou. Outro garoto (A.D.S.) teria passado mal durante o tumulto, mas retornou ao Centro Educacional logo depois de medicado.
Preocupação
Cerca de uma hora e meia depois do início do tumulto, a situação estava controlada. Ontem pela manhã, o local estava sendo periciado e o prejuízo contabilizado. "Vou dormir aqui fora até ter certeza de que meu filho está bem", disse a doméstica Antônia Damiana da Silva Lopes, 51, que veio de Quixeramobim visitar o filho. "Eu mesma denunciei ele, para pagar pelo erro que cometeu. Mas nunca vou aceitar exageros ou que ele seja maltratado", afirma.
F - DN :
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