Presidente descartou uso de medidas de força no caso e pediu mudança de atitude às 'potências mundiais'
A Argentina disputa a soberania das Malvinas com o Reino Unido desde 1833, mas o conflito, que causou uma guerra entre os dois países em 1982, ganhou um novo impulso devido ao começo de operações de prospecção britânicas nesta segunda na plataforma petroleira Ocean Guardian, no arquipélago.
"Creio que o importante é haver alcançado um apoio muito, muito forte a legitimidade de nossos pedidos e fundamentalmente também ao que é a nova atividade petrolífera a partir da nova plataforma que foi instalada", disse Kirchner aos jornalistas durante um intervalo da Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe.
A mandatária descartou a tomada de medidas de força como "bloqueios" contra as Malvinas por parte de seu país, mas garantiu que aplicará "todas as normas vigentes" e o "ordenamento legal".
"Creio que essa é a única maneira possível de resolver os conflitos", acrescentou Kirchner, que firmou um decreto neste mês para a implantação de controles ao tráfico marítimo nas ilhas.
A presidente afirmou que seu país '"não vai adotar nenhuma medida que não esteja envolvida pelo direito internacional e pelo próprio direito interno vigente", mas declarou que seu governo vai ser "irrestrito" porque "a única coisa que não se pode fazer com um canibal é comê-lo".
Kirchner interveio nesta segunda na reunião que une as sessões do Grupo do Rio e a Segunda Cúpula da América Latina e Caribe sobre Integração e Desenvolvimento para explicar a posição de seu país e criticar a das "potências mundiais", especialmente as que ocupam um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
"É muito importante ter conseguido esse apoio (na cúpula), mas creio que mais importante vai ser que as grandes potências, no caso as que têm um assento permanente no Conselho de Segurança, possam mudar de atitude", acrescentou.
A presidente se referia a declaração de apoio a Argentina que os participantes na cúpula irão assinar, segundo o presidente do México, Felipe Calderón, e as afirmações no mesmo sentido de muitos mandatários presentes no encontro em Cancún.
F - Estadão :
Nenhum comentário:
Postar um comentário