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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Carnaval é do dilinquente do badido !

O carnaval é do bandido, não é do cidadão que paga imposto, que alcançou status de vida por força do trabalho e que encontra no convívio familiar um prazer maior do que ficar macaqueando de cara cheia, caindo pelas tabelas, confundindo folia com bacanal.

O carnaval é do bandido. Mais da metade das casas de praia e veraneio do Nordeste estarão vazias por medo dos assaltos impunes, dos criminosos nas ruas, das armas de fogo que ficaram com o crime depois da Campanha do Desarmamento, lembram? O carnaval deste ano vai ser igual àquele que passou: bandos invadindo residências tranqüilas, harmonizadas pelo convívio familiar e passando pelos mais diversos constrangimentos. Do estupro à ameaça de morte. E até mesmo a morte inocente, sem explicação.

O Estado brasileiro já sabe que perdeu o controle da situação. Perdeu porque sua estrutura de Poder caducou e sua principal ferramenta de sustentação e controle da sociedade, a Justiça, não dispõe de leis modernas e ritos céleres para impor sua vontade. A vontade passou a ser das organizações criminosas, mais disciplinadas, com “leis” severas, estrutura material e poder de fogo. A justiça deles se faz pela Pena de Talião: olho por olho, errou tem que pagar... tudo isto talvez seja uma doença da sociedade moderna, pois atinge o ocidente de cabo a rabo. Somente nos Estados Unidos estão trancafiados 2,4 milhões de americanos, cumprindo os mais diversos tipos de pena.

Ocorre que lá, a doutrina do direito que prevalece não é a do Direito Romano, como o nosso. Quem comete homicídio, lá, termina na prisão perpétua. Aqui, no Brasil, dependendo do advogado, passa o resto da vida em liberdade e tornando-se uma ameaça para a sociedade, enquanto vivo.

O carnaval do Ceará, do Rio Grande do Norte, de Pernambuco, de São Paulo. é do bandido. O prazer de um carnaval tranqüilo no refúgio da casa de praia esvaiu-se. Ninguém arrisca submeter filhos e amigos ao constrangimento dos “donos do pedaço”. O Estado faliu na sua autoridade, e os governos ficam à mercê dessa fragilidade. O que podem resolver projetos como o “Ronda do Quarteirão”, do Ceará, diante de um aparato legal débil e assustadoramente conivente?

Já não se pode desejar feliz carnaval, como em outros carnavais. Talvez um “Que Deus lhe Proteja de Assaltos”! E reze para, na quarta-feira de cinzas, não ouvir dissabores vividos por amigos e companheiros de trabalho. Quanto a mim, perdi as casas de praia dos amigos e o recanto silencioso do meu sitio, todos construídos com o sacrifício do trabalho e do FGTS. Fico por aqui mesmo, na cidade, rendido à violência que me dita o direito de ir e vir.

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