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sexta-feira, 12 de março de 2010

Economia do CE cresceu 3,1%, mesmo na crise :

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O PIB brasileiro registrou um decréscimo de 0,2%. Já a economia do Ceará avançou 3,1%, em 2009 ante 2008.
Em meio à crise internacional, que afetou o País e o Estado no ano passado, a economia cearense surpreendeu e manteve a trajetória de crescimento verificada nos últimos anos. Enquanto o Brasil registrou um decréscimo de 0,2%, em sentido oposto, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual avançou 3,1%, em 2009 ante 2008.

No Ceará, a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos mais diversos setores chegou a aproximadamente R$ 60,8 bilhões, fazendo com que o Estado superasse, pela primeira vez na história, a casa dos 2% de participação em relação ao indicador nacional.

Busca obstinada

"O Ceará tem que buscar obstinadamente um crescimento sempre maior que o do Brasil. Isso porque contamos com cerca de 4% da população brasileira e o PIB ainda está aquém do que deveria ser. Mas, felizmente, graças aos investimentos que visam o desenvolvimento do Estado, conseguimos superar, pela primeira vez na história, a casa dos 2% em relação ao PIB nacional. Isso é um avanço que demonstra que estamos indo no caminho certo para reduzir diferenças econômicas e sociais históricas", comentou o governador Cid Gomes, ao avaliar o desempenho.

Os números do PIB estadual, calculados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), foram divulgados na tarde de ontem pela secretária de Planejamento e Gestão, Desirée Mota, pela diretora geral do Ipece, Eveline Barbosa, e pela economista Eloísa Bezerra. Também participou da coletiva o secretário da Fazenda, Mauro Benevides Filho.

Crescimento contínuo

"O resultado alcançado em 2009 revela que o Ceará vem mantendo um crescimento sustentável nos últimos anos, puxado pelo consumo interno", diz, acrescentando que como o Estado não tem um grande eixo exportador, ele sofreu com menos intensidade os efeitos da crise, obtendo esse crescimento", destacou Desirée Mota.

Serviços se destacaram

Representando pouco mais de 70% do PIB do Estado, o setor de serviços, mais uma vez foi o sustentáculo da economia cearense, ao apresentar crescimento de 5,6%, na comparação com o ano anterior. Em seguida veio a Indústria, com 1,1% de expansão. Por outro lado, a agropecuária fechou o ano com queda de 9% sobre 2008.

Peso do comércio

No que se refere aos serviços, o destaque fica para o comércio, que avançou 10,9% no ano passado, influenciado, destacou Desirée Mota, pela conjuntura favorável, como a ampliação do crédito, os salários com ganho real, uma política monetária flexível (redução da Selic), e ainda as medidas anti-crise do governo federal, com a diminuição de impostos, que direta ou indiretamente, contribuíram para alavancar as vendas do varejo.

Redução de impostos

"Foram decisivas ainda para o desempenho do comércio as ações do governo estadual, também por meio da redução de impostos e outros incentivos", disse. Em 2009, explicou Mauro Filho, o governo cearense desonerou produtos como medicamentos, gêneros alimentícios, bebidas quentes, material escolar, higiene pessoal, material de limpeza e da agricultura familiar. "Nós reduzimos a carga tributária e isso se refletiu sobre a renda, aumentando o poder de compra das pessoas. Aliás, trata-se de uma política pública e não de uma medida pontual por conta da crise. Desde 2007, nós estamos reduzindo impostos, o que potencializa esse resultado. Ao mesmo tempo, parcelamos também o ICMS para as empresa, melhorando seu fluxo de caixa", justificou o secretário.

Ainda em relação aos serviços também merecem destaque as atividades de alojamento e alimentação, cujo PIB cresceu 3,4%, revelando o bom desempenho do turismo estadual. Ao mesmo tempo, transportes (+5,6%) e as atividades imobiliárias, aluguéis, finanças e serviços (+ 5,8%) às empresas também apresentaram alta.

No último trimestre

O quarto trimestre de 2009 foi decisivo para que o PIB estadual obtivesse taxa anual de crescimento de 3,1%.

Nos três últimos meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, a economia cearense cresceu 3,8%, também impulsionada pelos serviços (5,8%) e pela indústria (1,3%). Já a agropecuária registrou a segunda maior taxa negativa do ano (-10,1%).

As atividades que mais se destacaram no 4º trimestre de 2009 foram comércio (14,8%); eletricidade, gás, água (9,1%); e alojamento e alimentação (3,9%), citando as mais expressivas.

DESEMPENHO
Indústria de transformação impediu maior avanço

O desempenho da indústria em relação ao PIB estadual em 2009 (+1,1%) só não foi melhor, por conta da indústria de transformação que registrou variação negativa em relação a 2008 de 3,6%. Os maiores avanços identificados no setor industrial como um todo foram em eletricidade, gás, água e esgoto (+7,7%), sobretudo no consumo de energia elétrica, verificado em todas as categorias de consumidores; e na construção civil, cuja expansão foi de 4,4%.

As maiores contribuições para o recuo da indústria de transformação no Estado foram nos segmentos de alimentos e bebidas (-16,1%), metalurgia básica (-29,1%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-19,3%). Já os segmentos têxtil (+6,7%) e de calçados e artigos de couro (+8%), por outro lado, avançaram em 2009.

Agropecuária

Único setor da economia cearense a registrar desempenho negativo no ano passado (-9%), a agropecuária deve à queda, principalmente, à produção de feijão, milho e arroz, que despencou, respectivamente, em 48,6%, 29% e 4,5%. Vale salientar que essas culturas responderam por 97% do total de grãos do Ceará, em 2009. Porém, fruticultura e produção animal, com destaque para o leite (+22,3%), subiram. (ADJ).

F - DN :

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