DF vive crise que resultou na prisão do governador e renúncia do vice.
STF vai analisar se interventor deve administrar o DF.
A maioria dos deputados federais e senadores eleitos pelo Distrito Federal é contra uma intervenção como saída para a crise política que já resultou na prisão do governador José Roberto Arruda e na renúncia do vice Paulo Octávio. Wilson Lima (PR), presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, assumiu o cargo como governador interino.
O QUE PENSA A BANCADA DO DF SOBRE UMA INTERVENÇÃO FEDERAL | |
Aldemir Santana (DEM), senador | Contra |
Augusto Carvalho (PPS), deputado | Contra |
Cristovam Buarque (PDT), senador | Não se posicionou |
Gim Argello (PTB), senador | Contra |
Jofran Frejat (PR), deputado | Contra |
Laerte Bessa (PSC), deputado | Contra |
Magela (PT), deputado | Contra |
Osório Adriano (DEM), deputado | Contra |
Rodovalho (DEM), deputado | Não respondeu |
Rodrigo Rollemberg (PSB), deputado | A favor |
Tadeu Filippeli (PMDB), deputado | Contra |
A reportagem ouviu dez dos 11 parlamentares do DF (sete dos oito deputados e os três senadores). Oito congressistas disseram ser contra a intervenção e um afirmou ser a favor. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) preferiu não se posicionar. O G1 procurou o deputado Rodovalho (DEM-DF), mas não obteve resposta.
O pedido de intervenção federal no Executivo e no Legislativo do DF foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) logo após a prisão de Arruda, suspeito de comandar um esquema de repasse de verbas para aliados, empresários e integrantes do governo.
Na última segunda (22), o Supremo deu cinco dias para a Câmara local apresentar defesa antes de decidir sobre a intervenção. A defesa do governo já se manifestou ao STF e considerou a intervenção como um "atentado à soberania popular". Ainda não há data definida para o STF decidir sobre o pedido.
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Não é questão de ser contra ou a favor. O fato é de tamanha gravidade que só uma intervenção para restaurar a normalidade administrativa e a moralidade na administração do Distrito Federal'"
Único favorável
O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) foi o único parlamentar ouvido pelo G1 favorável a uma possível intervenção. "Não é questão de ser contra ou a favor. O fato é de tamanha gravidade que só uma intervenção para restaurar a normalidade administrativa e a moralidade na administração do Distrito Federal. Atingiu um tal nível de contaminação das instituições que só um remédio muito amargo como a intervenção pode resolver."
Para Rollemberg, o interventor deve ser "uma pessoa íntegra, apartidária, republicana, que contribua com as investigações e continue as obras" no DF.
O deputado avalia ainda que a decisão do Supremo deve ser tomada "rapidamente" para, segundo ele, o DF "voltar à normalidade".
Contrários
O deputado Tadeu Filippeli (PMDB-DF), presidente de seu partido no DF, está entre os parlamentares contrários à intervenção.
Na avaliação de Filippeli, uma possível intervenção "se assemelharia a um golpe". "A intervenção é uma exceção. Estamos em uma crise política grave, isso é inquestionável. Mas recorrendo a uma intervenção, isso se assemelharia a um golpe. Seria uma declaração de que todos os nomes da política de Brasília estariam no mesmo balaio, gozando da mesma suspeição."
O deputado destaca ainda que a intervenção poderia influenciar nas eleições de outubro e prejudicaria o trabalho do próprio Congresso Nacional - entenda abaixo quais são as consequências de uma intervenção federal.
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A intervenção é uma coisa traumática, difícil, dura, principalmente uma intervenção em dois poderes. A intervenção suspende a autonomia política da unidade federativa, muda os procedimentos do próprio Congresso'"
O senador Aldemir Santana (DEM-DF) disse ao G1 ser contra a intervenção porque devem ser seguidos os princípios constitucionais da linha sucessória. "A intervenção é uma coisa traumática, difícil, dura, principalmente uma intervenção em dois poderes. A intervenção suspende a autonomia política da unidade federativa, muda os procedimentos do próprio Congresso."
Para o deputado Osório Adriano (DEM-DF), uma possível intervenção seria um “desrespeito” com Brasília. “Nós somos contra porque ainda não se esgotaram as decisões legais dentro da lei e seria um desrespeito muito grande com a nossa cidade, com o povo de Brasília. Eu não vejo o porquê dessa intervenção. Isso é algo que viria manchar o nome de Brasília às vésperas de seu cinquentenário.”
A assessoria de imprensa do senador Gim Argello (PTB-DF), líder de seu partido no Senado, informou que ele é contra. As assessorias dos deputados Magela (PT-DF), Jofran Frejat (PR-DF) e Augusto Carvalho (PPS-DF) também informaram que os parlamentares são contrários.
F - NKL :
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